Durante as comemorações do FIQ, o 8º Festival Internacional de Quadrinhos, em Belo Horizonte, tive o prazer de participar de uma oficina de aquarela ministrada pela Julia Bax, uma das melhores aquarelistas em evidência, na atualidade, na minha opinião.
Queria e ainda quero, cada vez mais, me especializar nessa técnica que, há anos, escolhi como minha irmã. E aprender mais através de novos olhares, de tantos aquarelistas, tal qual como os da Julia, que me fez abrir os olhos para um outro lado da aquarela que eu ainda não havia explorado. Ou nem havia me atinado, mesmo sabendo que é fundamental.
Quando ela nos apresentou seus originais eu percebi que eu sempre estive muito agarrado à minha arte estilizada, minha ilustração de livros infantis, meus cartuns, minhas histórias em quadrinhos... E percebi que, para se aprender mais e melhor, era necessário avançar um pouco mais e ir onde o desenho de observação (que eu já praticava mas não arriscava aquarelar) poderia me levar.
Foi isso: saí de lá empolgado, tirei muitas fotos da cidade de BH, de cenas urbanas, cotidianas, prédios novos e antigos, viadutos, gente dançando na rua; e daqui da minha cidade, também. Até mesmo de lugares pelo caminho, da janela do ônibus. E fotos das avenidas lotadas de carro, à noite, com seus faróis refletidos no molhado da pista... e decidi que pintaria todas as minhas fotos, em aquarelas, como forma de estudar.
Esse processo é importantíssimo, estudar e enfiar a cara, cair de cabeça em todas as etapas de qualquer técnica que se deseja dominar é a melhor forma de se aprender, não tem jeito. E já se é sabido que o desenho de observação, o olhar, as cenas reais com sua iluminação natural, é mais do que um privilégio para o artista se encontrar em qualquer técnica que deseja buscar e grandioso para seu aprendizado como, também, desenhista.
Sim, claro, partirei para a observação in loco, também. Mas, primeiro, preciso aquarelar em estúdio pra me familiarizar com o processo.
Assim sendo, posto aqui a primeira de todas deste processo. Minha visão de um telhado de um casebre aqui do meu bairro, visto de cima de um muro, nos fundos de minha casa.
Espero que agradem e lhe conto que vou melhorar. Aquarela é infindavelmente um aprendizado. E, inconfundivelmente a técnica de pintura mai difícil do mundo, não tenham dúvidas!