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Mostrando postagens de junho, 2014

a escolha da técnica depende do material ou o material depende da técnica?

Eu já havia decidido não usar colorização digital em O Sopro Sagrado, A Grande Epopéia,  mas para definir como pintar as cores dessa obra, precisei fazer alguns pequenos mas fundamentais testes, usando materiais e técnicas de aplicações diferentes em cada um deles. Pouco distintos para muitos, mas para quem já tem certa experiência faz uma diferença que vai do 8 ao 80. Acima, uma das imagens rascunhadas no sketchbook, como estudo de cena (ângulo, iluminação e movimentos das personagens). Posteriormente a mesma foi para a mesa de luz para ser redesenhada no papel adequado. Abaixo, na primeira cena, temos um papel Fabriano 300g e os traços a nankin, com bico-de-pena e caneta. Já na segunda cena, traços à lápis fine art Cretacolor 2B e HB em papel Montval 300g. Posteriormente, iria fazer o mesmo teste de cores usando a mesma técnica, apenas invertendo os papéis (literalmente). Mas não precisei chegar a essa segunda opção, ainda bem! Essa parte do processo criat

retalhos, rebabas e bom proveito!

A única parte boa da sobra de um bom papel para aquarela (muito caros, diga-se de passagem) é que muitas vezes essas rebabas tornam-se pequenos sketchbooks.  Nessa imagem ao lado vemos um encadernado  desses recortes que sobraram de uma pequena resma de Fabriano 300gr. Desta forma fica muito bom aproveitarmos para estudar e, com isso, até perdemos o medo de molhar à tinta o papel em seu avesso, onde a textura é bem diferente.

cilada nos rascunhos

Este é apenas um quadro de uma das páginas já desenhadas de  O Sopro Sagrado . Depois de quase dez anos sem fazer histórias em quadrinhos, muita coisa mudou em meu processo técnico e criativo, minha forma de ver a produção e o desenvolvimento do trabalho. As últimas coisas que fiz de histórias em quadrinhos na vida (lembrando que, quando digo histórias em quadrinhos, não me refiro às tiras) eram de uma outra parte do meu trabalho. Então, vamos fazer assim: vamos celebrar as HQ's de Laz Muniz antes e depois de  O Sopro Sagrado , ok? Na parte técnica, depois de desenhar as duas primeiras páginas à lápis, em papel layout, descobri algo super factual e que muito me aborreceu. Como farei toda a arte da HQ no lápis e com as cores em aquarela, por mais que eu seja experiente na mesma (não por qualidade, talvez, mas por tempo de trabalho dedicado à técnica) eu percebi que fazer os rascunhos com grafite preta só me atrapalhariam, já que não posso ficar rascunhando e desmanchando dez vez

a importância da qualidade das ferramentas de trabalho

Aaah, o sonho de consumo, essa ganância que nos invalida a moral, aqueles dois saquinhos que ficam bem ali embaixo... Estou falando dos bolsos! E artista, sabe como é, né? Não compra calça jeans, sapato bacana, óculos de sol de 3 mil reais, relógios, carrão... não vai pro pagodão, não viaja pra lugares tropicais, ensolarados... Não! Tá, não pensem em artista que vai pra Trancoso, Arraial D’ajuda, Tomé das Letras... Tô falando daquele que compra livro e depois que compra muitos livros, compra mais, aí quando cansa de comprar livro, compra tintas e mais tintas e volta a comprar livros. Por fim compra uma bicicleta porque fica o dia todo sentado (e bicicleta dá pra se exercitar sentado) porque ele acredita no ócio criativo, mas precisa mexer mais a caveira e se mirar no horizonte. Então, em vez de um paraíso tropical, lá vai ele: Louvre, em pleno inverno. Pimba! Moscou... Holanda... e dá-lhe livros! Então compra mais tinta... papéis de 500 reais o metro quadrado, telas